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Depressão e memória tem alguma ligação?

Data do post: 03/10/2016

Você acha que a depressão altera a memória do indivíduo?
Muita gente imagina que, na depressão, a pessoa tem uma diminuição da conexão. Mas é o contrário. Pesquisas recentes mostram que o cérebro de um deprimido tem mais conexão que o de uma pessoa em estado normal.Tudo indica que se trata de um mecanismo neurológico para aumentar ainda mais a concentração em torno do sofrimento para que esse seja o provocador, até que novas formas de pensar sejam estimuladas.

Há uma diminuição da dopamina, que é o neurotransmissor do prazer, e da serotonina, que é o neurotransmissor do bem-estar. Com isso, acontece uma diminuição da atenção e da motivação, essenciais para a formação da memória.

A memorização começa pela atenção, que pode sofrer alterações em todos os transtornos emocionais e mentais. Mesmo na ansiedade simples, que pode ser substituída por expectativa, a atenção pode sofrer oscilações. A motivação é o propósito da atenção. Se esse propósito é fraco, ele não vai gerar energia su ciente para se manter a atenção.A carga emocional é o que estou sentindo no ato da memorização. Na depressão, a carga emocional funciona como uma âncora para mantê-lo concentrado no aspecto do sofrimento. O foco é perdido e haverá mais di culdade para a memorização.

A característica da depressão é fazer doer o emocional da pessoa. Faz doer porque é como se fosse uma in amação do emocional. Não necessariamente tristeza, mas um mal-estar, um aperto, um choro contínuo. É como se a memória dos acontecimentos negativos estivesse sempre a orada por uma redundância de estímulos.

Os estímulos são registrados na memória mediante repetição ou através de carga afetiva. O que evoca a memória, por sua vez, são as emoções. Então, é muito mais difícil você querer lembrar-se de algo alegre sentindo-se triste e vice-versa. Na depressão, as recordações não são bloqueadas, mas sim redirecionadas. A pessoa busca um bom momento e isso é redirecionado para um mau momento em virtude da sensação emocional negativa. Por isso, a quebra de estado emocional através de exercícios físicos e de novas posturas é tão estimulada, atualmente.

Os nossos pensamentos se manifestam através de modalidades visuais, auditivas e cinestésicas. 

Quanto mais intensas as nuances de cada modalidade, melhor será a emoção. O contrário também vale. Com a diminuição de neurotransmissores, há uma queda da intensidade das lembranças, que se alteram para imagens cinza e desfocadas.A perda da intensidade da lembrança se dá porque o cérebro realiza o que se chama de dissociação, quando uma lembrança boa é vista bem de longe e desfocada, enquanto uma lembrança ruim é vista bem de perto e focada. Com isso, tem-se um aumento da intensidade das lembranças ruins e uma diminuição de intensidade das boas.


Temos uma sequência lógica no nosso corpo. Com a alteração emocional, há uma alteração neurológica que leva a perturbações do sistema endócrino e imunológico.

Na depressão, o modo de pensar é extremamente apático e negativo. Muitas vezes, a apatia e a indiferença se sobrepõem ao negativismo. Porque, mesmo para ser negativo, requer esforço, movimento, defesa, enquanto que para ser apático ou indiferente, basta car quieto. A quietude do deprimido é caracterizada pelo silêncio, pela ausência de movimento e pela solidão. Tudo passa de forma vaga, sem foco e sem atenção, fazendo com que a memória presente seja gravemente comprometida.

Há uma espécie de “zoom” nas memórias negativas – evocadas pelas emoções negativas – que, por sua vez, sustentam as emoções negativas, que disparam as memórias negativas, criando um círculo vicioso. É possível treinar a memória contra a depressão, desviando a mente de lembranças negativas através de um exercício simples: Todos nós devemos ter, como ícones na nossa mente, três situações alegres e divertidas, que podem ser evocadas para quebrar um estado inicial de depressão. O cérebro, uma vez acionado nesse sentido, gera imediatamente uma sensação boa que acaba desviando as lembranças negativas.

A memória genética da depressão permanece pouco definida porque, cada vez mais, se pensa em multifatores. Alguns estudos sugerem que existiria um grupo de genes que in uenciaria na produção natural da serotonina. Mas, cada vez mais, se descobre que, mesmo com a carga genética, o meio, desde a infância, o comportamento dos pais, o modo pelo qual a pessoa vai reagir perante a vida, as crenças mentais e outros fatores é que irão determinar a força de in uência desses genes. O que falta na depressão é felicidade.
A nossa razão de viver deve ser a felicidade. Quando estamos desfocados
disso, camos sujeitos a in uências do nosso sistema neuro siológico, que acaba in uenciando o nosso estado emocional. Escolher ser feliz, independentemente do que acontece ao redor da pessoa, favorece uma saúde emocional que sempre irá contribuir para uma boa memória. 

Saúde